A Gincana das Diferenças – Uma história sobre respeito!
Faixa etária: 9–12 anos • Tema: Respeito
A aldeia de Vale Verde acordava sempre com o som dos pássaros e o cheiro a pão quente. Mas naquela manhã, havia uma agitação diferente no ar. A escola ia organizar a primeira “Gincana das Diferenças”, uma ideia da professora Ana, que queria mostrar aos alunos que ser diferente era, na verdade, muito divertido. A turma do 5.º ano, onde andavam o Leo e a Bia, estava em pulgas.
Leo era um rapaz alto, de cabelo encaracolado e óculos redondos, que adorava ler e sabia tudo sobre dinossauros. Bia, por sua vez, era pequena, rápida como uma flecha e a melhor jogadora de futebol da escola. Eram os melhores amigos, mas as suas diferenças eram motivo de piada para o Vasco, o rapaz mais popular da turma, que se achava o melhor em tudo.
“Como é que vocês são amigos? Um é um cromo dos livros e a outra só sabe correr atrás de uma bola”, dizia Vasco, com um sorriso trocista. Leo e Bia encolhiam os ombros. A amizade deles não precisava de explicação.
A gincana consistia em várias provas em dupla, e para surpresa de todos, a professora Ana anunciou que os pares seriam sorteados. O inevitável aconteceu: Leo calhou com Vasco, e Bia com a Rita, uma menina muito tímida que passava os dias a desenhar em vez de brincar no recreio.
Vasco revirou os olhos. “Ótimo, calhou-me o ‘sabichão’. Vamos perder isto à primeira prova”, resmungou ele, alto o suficiente para todos ouvirem. Leo sentiu um nó na barriga, mas respirou fundo. “Talvez não, Vasco. Podemos tentar”, disse ele, com a voz mais firme que conseguiu.
A primeira prova era um quebra-cabeças gigante sobre a história de Portugal. Vasco bufou, dizendo que era uma seca. Mas Leo, com a sua memória de elefante para factos e datas, começou a juntar as peças com uma rapidez impressionante. “A Batalha de Aljubarrota foi em 1385, esta peça é daqui!”, explicou ele, enquanto Vasco o olhava, de boca aberta. Acabaram a prova em primeiro lugar.
Enquanto isso, Bia e Rita enfrentavam a prova de “Mímica Artística”. Rita, que era tão envergonhada, tinha de desenhar pistas para Bia adivinhar palavras. No início, os seus traços eram hesitantes, mas Bia, com a sua energia contagiante, começou a incentivá-la. “Força, Rita! Tu consegues! Desenha o que sentes!” Aos poucos, os desenhos de Rita ganharam vida, e Bia, com a sua perspicácia, adivinhava tudo. “É um leão a comer um gelado! Boa, Rita!”
A prova final era uma corrida de obstáculos que exigia tanto força como inteligência. Havia uma parede de escalada, um enigma para decifrar e um labirinto de cordas. Vasco, convencido da sua força, quis despachar a parede de escalada sozinho, mas ficou preso a meio. “Leo, e agora?”, gritou ele, em pânico.
Leo, em vez de se rir, olhou para o enigma que estava no topo da parede. “Vasco, se te moveres dois passos para a direita, consegues ler o que está escrito no cartaz?”, pediu ele. Vasco obedeceu e leu o enigma em voz alta. Em segundos, Leo decifrou-o. “A resposta é ‘amizade’! Tens de carregar no botão que diz ‘amizade’!”
Vasco carregou no botão e uma corda desceu, ajudando-o a subir. Juntos, desceram e correram para o labirinto. Bia e Rita já lá estavam, mas pareciam perdidas. Bia era rápida, mas não conseguia ver o caminho por cima, e Rita estava demasiado nervosa para pensar com clareza.
Foi então que Leo teve uma ideia. Subiu aos ombros de Vasco e, lá de cima, conseguiu ver a saída. “Bia! Sigam em frente e virem à esquerda no nó vermelho!”, gritou ele. Bia e Rita seguiram as suas instruções e, logo a seguir, Leo guiou Vasco. As duas duplas saíram do labirinto quase ao mesmo tempo.
No final, a professora Ana anunciou que não havia vencedores. “Hoje, todos ganhámos”, disse ela, com um sorriso. “Aprendemos que as nossas diferenças não nos enfraquecem, mas sim que nos completam. A força do Vasco, a inteligência do Leo, a rapidez da Bia e a criatividade da Rita, quando juntas, são imparáveis.”
Vasco aproximou-se de Leo, com um ar sem graça. “Desculpa, Leo. Afinal, não és só um cromo. És um cromo genial.” Leo sorriu. “E tu não és só músculos. És um bom parceiro de equipa.” Do outro lado do pátio, Bia e Rita trocavam os seus desenhos por dicas de como marcar um golo de bicicleta. A Gincana das Diferenças tinha mudado tudo. A aldeia de Vale Verde continuou a acordar com o som dos pássaros, mas agora, o som das gargalhadas no recreio da escola era um pouco mais alto e muito mais unido.
Moral da história: As nossas diferenças são superpoderes. Quando as juntamos e respeitamos, tornamo-nos numa equipa invencível.

Perguntas para conversar em família:
1.O que é que o Vasco aprendeu sobre o Leo durante a gincana?
2.Porque é que a Bia e a Rita fizeram uma boa equipa, mesmo sendo tão diferentes?
3.Já alguma vez te sentiste diferente? Como é que isso te fez sentir?
Autor: Inês Sorriso
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Jovem cheia de energia, foca-se em alegria, humor e amizade.
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Estilo leve, divertido, personagens sempre a rir ou a meter-se em aventuras engraçadas.
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Lema: “Sorrir é a melhor forma de aprender.”