A Aventura de Zé da Floresta e o Pássaro Ferido
Zé da Floresta não era o seu nome verdadeiro, mas era assim que todos o conheciam na pequena aldeia. O seu verdadeiro nome era Zé, mas a sua paixão era explorar a floresta que rodeava a sua casa. Todos os dias, depois da escola, ele pegava na sua mochila, na sua lupa e no seu caderno de explorador e partia à aventura.
Numa tarde de outono, enquanto seguia o rasto de um esquilo, ouviu um som baixinho, um piar triste que vinha de perto de um grande carvalho. Aproximou-se com cuidado e, entre as folhas secas, viu um pequeno pássaro, um pisco-de-peito-ruivo, com uma das asas estranhamente dobrada. O pássaro tremia de frio e de medo.
O primeiro instinto de Zé foi pegar no pássaro e levá-lo para casa. Mas lembrou-se do que o seu avô, um velho guarda florestal, lhe tinha ensinado: “A natureza tem as suas próprias regras, Zé. Às vezes, a melhor ajuda é a mais cuidadosa.”

Então, em vez de o agarrar, Zé sentou-se a uma distância segura e observou. Viu que o pássaro tentava voar, mas não conseguia. A sua asa estava partida. O coração de Zé apertou-se. Ele imaginou o que seria querer voar e não poder, estar sozinho e com dores.
Com muito cuidado, Zé tirou da mochila um pequeno lenço de algodão. Apanhou o pássaro com uma delicadeza que nem ele sabia que tinha e envolveu-o no lenço para o manter quente. Depois, com a ajuda de um pequeno ramo, improvisou uma tala para a asa partida, tal como tinha visto o avô fazer a um morcego.

Zé sabia que não podia levar o pássaro para casa, pois os seus pais não iam gostar da ideia. Então, construiu um pequeno ninho improvisado na base do carvalho, protegido da chuva e do vento. Todos os dias, antes e depois da escola, Zé ia visitar o seu novo amigo. Trazia-lhe migalhas de pão e água fresca numa tampa de garrafa.
As semanas passaram e a asa do pisco começou a sarar. Zé via-o a fazer pequenos voos de teste, cada vez mais altos, cada vez mais confiantes. Zé sentia uma alegria imensa ao ver o seu amigo a recuperar.

Até que um dia, Zé chegou ao carvalho e o pássaro não estava lá. Olhou em volta, preocupado, mas depois ouviu um piar familiar vindo do cimo do carvalho. Lá estava ele, o pisco-de-peito-ruivo, a cantar alegremente, com as asas abertas ao vento. O pássaro voou em círculos por cima de Zé, como se estivesse a agradecer, antes de desaparecer no azul do céu.
Zé sorriu. Tinha sido uma grande aventura, mas a maior descoberta não tinha sido um novo trilho ou uma planta rara. Tinha sido a descoberta da empatia, de se colocar no lugar do outro e de ajudar com o coração. Naquele dia, Zé da Floresta percebeu que as maiores aventuras são as que nos fazem crescer por dentro.

Moral da história
A verdadeira aventura está em cuidar dos outros e em perceber como se sentem.
Perguntas para conversar em família
1.O que farias se encontrasses um animal ferido?
2.Porque é que o Zé não levou logo o pássaro para casa?
3.Como é que o Zé demonstrou empatia pelo pássaro?
Autor: Tomé Viagens
