O Sapo e a Estrela Cadente
Há muito, muito tempo, numa lagoa onde os nenúfares pareciam pratos de fadas, vivia um sapinho verde chamado Barnabé. Barnabé adorava o sol e o calor do dia, mas quando a noite chegava e a lua se escondia atrás das nuvens, o seu coração pequenino tremia de medo do escuro.
Ele escondia-se debaixo de uma folha larga e fechava os olhos com força, à espera que o sol voltasse a espreitar. Os outros animais da lagoa, como a libelinha-poeta e o peixe-sonhador, tentavam animá-lo, mas o medo de Barnabé era maior que qualquer canção.

Numa noite mais escura que o normal, o velho sábio mocho, que tudo via do seu ramo alto, chamou por ele: — Barnabé, meu pequeno amigo, o que te assusta tanto? — É a escuridão, senhor Mocho. Não vejo nada e sinto-me tão sozinho — coaxou o sapinho, com a voz a tremer.
O mocho sorriu com os seus olhos grandes e brilhantes. — A noite também tem a sua magia. Hoje, se fores corajoso, poderás ver algo maravilhoso. Dizem que as estrelas cadentes realizam desejos.
Barnabé nunca tinha visto uma estrela cadente. A ideia de fazer um desejo encheu o seu coração de curiosidade. E se ele pedisse para nunca mais ter medo?

Respirando fundo, saiu de debaixo da sua folha. A lagoa estava em silêncio, e o céu era um manto escuro e profundo. De repente, um risco de luz prateada rasgou a escuridão! Era uma estrela cadente, a dançar pelo céu.
Maravilhado, Barnabé esqueceu o medo. O seu coração batia depressa, mas agora de entusiasmo. Ele fechou os olhos e desejou com toda a sua força: “Quero ter a coragem de um leão para não ter medo do escuro!”

Quando abriu os olhos, a estrela tinha desaparecido, mas o céu parecia diferente. As estrelas piscavam como se fossem pirilampos amigos, e a lua, agora sem nuvens, pintava a água de prata. Barnabé percebeu que a escuridão não era vazia, mas cheia de uma beleza tranquila.
Ele sentiu-se forte e corajoso. Não como um leão, mas como ele mesmo, o sapo Barnabé, que tinha ousado olhar para o céu escuro e encontrado a sua própria luz.
A partir daquela noite, Barnabé nunca mais se escondeu. Ele ficava acordado a ver as estrelas, à espera de outra estrela cadente, não para pedir coragem, mas para lhe agradecer por lhe ter mostrado a beleza da noite.

Moral da história
A coragem não é a ausência de medo, mas sim encontrar algo mais importante que nos faz enfrentá-lo.
Perguntas para conversar em família
1.Porque é que o sapinho Barnabé tinha medo do escuro?
2.O que é que o ajudou a ganhar coragem?
3.Já tiveste medo de alguma coisa? O que te fez sentir mais corajoso(a)?