O Mistério do Vaga-lume Perdido
Faixa etária: 9–12 anos • Tema: Coragem
Na pequena aldeia da Colina Verde, vivia um rapaz chamado Vasco. Ele era conhecido por ser um pouco medroso. Tinha medo do escuro, de cães a ladrar e, acima de tudo, da floresta que ficava para lá do seu quintal. Mas Vasco tinha um segredo: era o melhor amigo de um vaga-lume chamado Luzim.
Luzim não era um vaga-lume qualquer. A sua luz era mais brilhante e quente do que a de todos os outros. Todas as noites, Vasco e Luzim encontravam-se no jardim. O pequeno inseto dançava no ar, criando padrões de luz que faziam Vasco rir e esquecer os seus medos.
Numa noite de verão, porém, algo terrível aconteceu. Uma rajada de vento mais forte apanhou Luzim de surpresa e arrastou-o para a escuridão da floresta. Vasco viu a pequena luz do seu amigo a piscar, cada vez mais fraca, até desaparecer por completo.
O coração de Vasco batia com força. A floresta era o seu maior medo, cheia de sombras e sons estranhos. Mas a ideia de Luzim, sozinho e assustado, era ainda mais assustadora. Ele respirou fundo e tomou uma decisão. Tinha de ir procurá-lo.
Com uma lanterna na mão e o coração na boca, Vasco entrou na floresta. Cada estalar de um galho parecia o passo de um monstro, e cada sombra parecia esconder um perigo. Ele chamou pelo amigo, mas apenas o som do vento lhe respondia. Estava quase a desistir, a pensar que o medo era mais forte do que ele, quando se lembrou das palavras da sua professora, Clara Luz: “A coragem não é a ausência de medo, mas sim a decisão de que algo é mais importante do que o medo.”
Para Vasco, a amizade de Luzim era mais importante. Ele continuou a andar, cada vez mais fundo na floresta. Pelo caminho, encontrou um coelho assustado e partilhou com ele um pouco da sua água. Mais à frente, ajudou um ouriço que tinha ficado preso nuns arbustos. A cada pequeno ato de bondade, Vasco sentia o seu medo a diminuir e a sua coragem a crescer.
Finalmente, Vasco ouviu um zumbido fraco. Seguiu o som e encontrou Luzim preso numa teia de aranha, a sua luz quase apagada. Com muito cuidado, Vasco usou um galho para libertar o seu amigo. Luzim voou para o seu ombro, a sua luz a brilhar novamente, mais forte do que nunca.
O caminho de volta foi diferente. As sombras já não pareciam tão assustadoras, e os sons da noite eram agora uma canção de embalar. Vasco percebeu que a floresta não era um lugar de monstros, mas sim um lar para muitos seres vivos. Ele tinha enfrentado o seu maior medo e descoberto uma nova força dentro de si.
Quando chegou a casa, Vasco sentia-se diferente. Já não era o rapaz medroso da Colina Verde. Era o Vasco que tinha atravessado a floresta escura para salvar o seu amigo. E essa, ele sabia, era a maior aventura de todas.
Moral da história: A verdadeira coragem não é não ter medo, mas sim agir apesar dele por algo ou alguém que amamos.

Perguntas para conversar em família:
1.O que farias se visses um amigo em apuros, mesmo que tivesses medo?
2.Lembras-te de uma vez em que tiveste medo de fazer algo, mas depois te sentiste orgulhoso por o teres feito?
3.Como podemos ajudar alguém que está com medo?
Clara Luz
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Educadora infantil, apaixonada pela imaginação das crianças.
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Linguagem simples, perguntas dentro da narrativa, tom pedagógico.
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Lema: “Histórias que ensinam a sonhar e a crescer.”